Alana Larsen Lopes viveu momentos de desespero no final da tarde desta quinta-feira (22/05/25), após seu filho desaparecer ao sair da aula na Escola Básica Municipal (EBM) Vidal Ramos, em Blumenau. Segundo ela, a criança deixou a unidade escolar, localizada no bairro Vorstadt, sem que nenhum funcionário percebesse, e caminhou sozinha até a Praça da República, no Anel Viário Norte – uma região com grande fluxo de veículos.
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“Meu filho simplesmente saiu da escola, e ninguém viu. Uma criança de apenas cinco anos”, relata Alana. “Foram 20 minutos do maior desespero da nossa vida.” Ela conta que o menino percorreu um trajeto perigoso, atravessando até uma ponte movimentada. O reencontro só foi possível graças à sorte e ao acaso: “Um primo do meu marido, por intervenção divina, ava pelo local e reconheceu nosso filho chorando. Ele estava sozinho, assustado.”
O caso aconteceu após as aulas do período verpertino. “O sinal da escola bate às 16h55. Eu cheguei às 17h e ele já não estava mais lá”, relata a mãe, destacando a ausência de controle na saída das crianças. “Não havia nenhum responsável entregando os alunos aos pais. Simplesmente liberaram meu filho.”
Alana entrou em contato com o diretor da escola, com a Secretaria de Educação e também com um advogado para tomar as providências legais. Segundo ela, o objetivo agora é transformar esse susto em um alerta para outras famílias.
“Isso precisa servir de exemplo. A segurança nas escolas deve ser máxima, independentemente da idade da criança. O que aconteceu com meu filho poderia ter terminado em tragédia”, lamenta. “Depois de tudo o que já vimos acontecer na cidade, especialmente na creche da Rua dos Caçadores, não dá para itir esse tipo de falha.”

O menino contou à mãe que, ao chegar ao portão, não encontrou professores nem o vigilante. Nesse momento, decidiu ir para casa sozinho. Ele atravessou a ponte sobre o rio Itajaí-Açu e, ao chegar à cabeceira da estrutura, já no outro lado, percebeu que havia um buraco na cerca — onde um fio estava solto — que circunda a praça. Desceu escorregando pela grama molhada e acabou se machucando no queixo ao bater em uma pedra. Em seguida, saiu da praça e foi encontrado chorando pelo familiar.
“Foi um dos momentos mais desesperadores que já vivemos. Ele poderia ter sido atropelado, sequestrado ou simplesmente se perdido. Não é possível que uma criança de cinco anos saia sozinha da escola sem que ninguém perceba”, desabafa a mãe.

Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Educação informou que está acompanhando o caso de perto. Segundo o comunicado, a equipe já fez contato com a família, agendou uma reunião com a mãe e se reuniu com a direção da unidade para apurar os fatos. “Todas as providências cabíveis estão sendo tomadas, com o compromisso de garantir a segurança e o bem-estar dos estudantes. Estamos empenhados em evitar que situações como essa voltem a ocorrer”, diz a nota.
Segundo Alana, já na primeira reunião de pais no início do ano letivo, seu marido havia levantado preocupações sobre a segurança das crianças na Escola Vidal Ramos. Ele participou do encontro e questionou o fato de os alunos ficarem expostos na área em frente ao estacionamento, aguardando a saída sem supervisão adequada. Outro pai, que também esteve presente e mantém contato com a família, reforçou a preocupação. Ambos argumentaram que as crianças estavam vulneráveis naquele espaço.
Ainda de acordo com ela, durante a reunião, a própria Secretaria de Educação teria se comprometido a mudar o procedimento, garantindo que os alunos seriam entregues com mais cautela, dentro do portão interno, e somente aos responsáveis. No entanto, segundo a mãe, o que foi prometido não foi cumprido — e o ocorrido com seu filho reforça essa falha no sistema de segurança da escola.
Com 5 anos, a criança não devia estar em um CEI?
Questionada sobre o motivo de o filho com essa idade estar matriculado em uma escola de ensino fundamental e não em um Centro de Educação Infantil (CEI), Alana itiu ter dúvidas sobre o processo. Ela explicou que o menino completou 5 anos no dia 26 de março e que, conforme foi informada, crianças nessa faixa etária que fazem aniversário até 31 de março precisam obrigatoriamente estar matriculadas na escola, para cumprir o calendário da rede municipal.
“No ano ado ele estudava no Lar Betânia. Fizemos a intenção de vaga para o Vidal Ramos porque disseram que, com a idade dele, ele já tinha que estar no ensino regular. Agora ele está no Pré 1, no ano que vem iria para o Pré 2, e depois, seguiria para o primeiro ano”, relatou.
Segundo ela, foi informada pela Secretaria de Educação que a falta de vagas nas creches do bairro levou algumas escolas a abrirem turmas para crianças dessa faixa etária. “Foi isso que me disseram, que não tinha vaga nos CEIs daqui e por isso algumas escolas começaram a receber esses alunos”, acrescentou.
Apesar disso, Alana afirma que nunca teve clareza sobre como o sistema funciona. “Agora estou conversando com outra mãe, com um filho da mesma idade, e ela contou que abriram turma para crianças de 5 anos em um CEI onde ela mora. Então, sinceramente, tudo isso é muito confuso pra mim”, concluiu.
O episódio levanta questionamentos sobre os protocolos de segurança nas escolas da rede municipal. Para a família, o caso não deve ser tratado como um descuido isolado, mas como um alerta urgente sobre a necessidade de reforço na vigilância e nos procedimentos de saída de alunos, independentemente da idade.
Atualizado às 19h10
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